É consensual que os incêndios rurais colocam desafios que não se podem enfrentar só pelo lado do combate.
As transformações económicas, ambientais e sociais dos últimos 50 anos causaram mutações profundas na ocupação do território e na paisagem. As alterações climáticas e a seca potenciam riscos e ameaças de fogos severos ao longo do ano.
Os cenários devastadores de fogos na América Latina, Canadá ou Espanha provam-no.
A proteção das vidas humanas, dos bens e da biodiversidade tem de prosseguir pelo uso económico, social e ambiental da floresta, a par da prevenção estrutural, resiliência das comunidades e com dispositivos de combate bem preparados e equipados. O papel de cada um é crucial: este ano, 64% dos incêndios deveram-se a negligência.
Portugal tem feito um caminho importante: em 2017, investia-se 80% no combate a incêndios e 20% na prevenção. Em 2021, a relação era já de 54% e 46%, respetivamente, e essas rubricas aumentaram sempre.
Neste quadro, agimos em 4 dimensões:
São resultados obtidos através da cooperação e do diálogo com as entidades representativas dos bombeiros e sob conselho técnico da ANEPC.
Há mais operacionais, mais veículos e mais equipas da FEPC, bombeiros, ICNF, GNR, PSP e AFOCELCA. A que se junta o apoio, entre outros, do IPMA, da PJ e da Força Aérea.
Queremos ter o mesmo número de meios aéreos que em 2022 e trabalhamos para o aumentar num ano de forte procura global.
Todos precisamos de todos. Com preparação, cooperação e solidariedade, enfrentaremos os desafios.
Prof. Doutor José Luís Carneiro
Ministro da Administração Interna